A construção da (possível) mesquita perto do Ground Zero em Nova York tem ocupado a mídia americana. É interessante ver como estão sendo construídos os frames deste tema por meio de escolhas específicas de vocabulário. Por exemplo, a expressão 'ground zero mosque' é o termo usado no discurso conservador para se referir a essa construção e tem sido repetido pelos que defendem a construção.
Como diz George Lakoff e como temos visto no curso, a reutilização dessa expressão reforça o frame. 'Ground Zero' é o centro do local onde havia o World Trade Center, destruído nos ataques de 11 de setembro. O frame dessa expressão é patriótico, nacionalista, anti-terrorista, anti-muçulmano, de revolta, etc.
Quando você junta a palavra 'mosque', cria-se automaticamente uma contradição, pois mesquita evoca o frame da religião muçulmana, que está ligada na rede de associação conceitual (aula de ontem!) da sociedade norte-americana atual com o terrorismo. Ou seja, são dois frames conflitantes que estão convivendo na mesma expressão, no mesmo conceito.
Automaticamente, portanto, a reação é negativa: ninguém (americano), in their right mind, pode ser a favor de um ground zero mosque. Brilhante! Aplausos a Dr. Frank Luntz e Cia! Tudo bem até que saibamos que a mesquita não é necessariamente uma mesquita (pode ser um centro cultural) e que não vai ficar no ground zero (on ground zero) mas perto do ground zero (near ground zero).
Então, it is not (necessarily) a mosque and it is not on ground zero. Mas como já vimos no curso, não adianta negar o frame colocando um não na frente dele... Ou, como disse Ceci Connoly no Fox News Sunday desta semana, se você tiver de explicar alguma coisa, já perdeu...
Como diz George Lakoff e como temos visto no curso, a reutilização dessa expressão reforça o frame. 'Ground Zero' é o centro do local onde havia o World Trade Center, destruído nos ataques de 11 de setembro. O frame dessa expressão é patriótico, nacionalista, anti-terrorista, anti-muçulmano, de revolta, etc.
Quando você junta a palavra 'mosque', cria-se automaticamente uma contradição, pois mesquita evoca o frame da religião muçulmana, que está ligada na rede de associação conceitual (aula de ontem!) da sociedade norte-americana atual com o terrorismo. Ou seja, são dois frames conflitantes que estão convivendo na mesma expressão, no mesmo conceito.
Automaticamente, portanto, a reação é negativa: ninguém (americano), in their right mind, pode ser a favor de um ground zero mosque. Brilhante! Aplausos a Dr. Frank Luntz e Cia! Tudo bem até que saibamos que a mesquita não é necessariamente uma mesquita (pode ser um centro cultural) e que não vai ficar no ground zero (on ground zero) mas perto do ground zero (near ground zero).
Então, it is not (necessarily) a mosque and it is not on ground zero. Mas como já vimos no curso, não adianta negar o frame colocando um não na frente dele... Ou, como disse Ceci Connoly no Fox News Sunday desta semana, se você tiver de explicar alguma coisa, já perdeu...
Puxando um gancho com política brasileira (inevitavelmente), ontem eu vi o Serra mais uma vez falando de seu "programa de governo", sobre construir "policlínicas". Mas este têrmo foi lançado pela campanha da Marta à prefeitura de São Paulo, (na qual ela perdeu).
ResponderExcluirNão sei se cabe o paralelo, mas o PT, com sua "mãe dos pobres" e etc evoca muito mais o estilo discursivo caloroso dos republicanos.
Enquanto isso, nosso ilustre "picolé de chuchu" e sua trupe tucana continua defendendo uma postura racional, e perdendo, com isso, cada vez mais votos.
É verdade, Aline, o PT, na minha opinião, detém a primazia da comunicação política nacional, como acontece com os conservadores americanos. Isso mostra que dominar o discurso político não tem a ver com ideologia partidária. Mas talvez tenha a ver com nacionalismo, pois tanto o PT quanto o partido republicano são nacionalistas. Mas isso sozinho não explica a vantagem de um ou de outro. Ao contrário dos republicanos, que construíram essa vantagem linguística por meio dos think tanks, os petistas parecem tê-la construído na prática, ou seja, nos sindicatos, que tiveram de construir sua imagem discursivamente nas fábricas e nas negociações com os patrões e governo. Isso deve ter ajudado a 'treinar' e 'afinar' o discurso petista. Enfim, isto é apenas um brainstorming que talvez mereça uma reflexão mais séria. Aí, pessoal, pesquisa anyone? :-)
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