28 de novembro de 2010

Não pense em um elefante

Ao usar essa expressão, George Lakoff conseguiu sintetizar sua teoria sobre metáforas e frames em uma só idéia impactante. Pode-se apostar que, mesmo inconscientemente, um indíviduo, ao ser desafiado a não pensar em um elefante, não consegue deixar de pensar em um. Isso faz parte de um estudo que envolve a capacidade de controlar massas, usando-se da idéia de que a pessoa não tem controle sobre seus pensamentos, e que os mesmos são evocados através de frames existentes em nossas cabeças.
Essa teoria é usada, com bastante frequência, para explicar questões relacionadas a comunicação dos presidenciaveis americanos na eleição de 2004, no que diz respeito ao dialogo direto com a população, englobando aspectos centrais da política e cultura norte-americana. Lakoff argumenta que o partido conservador usou de artimanhas e "atalhos" para alcançar, de maneira mais profunda, pontos fundamentais presentes na sociedade, tendenciando assim a uma forma de pensar já pré-determinada pelos criadores dos discursos. Ao repetir diversas vezes uma idéia, a mesma acaba fixando-se na mente como forma de frame, que pode ser manipulado afim de garantir maior aceitação e aprovação por parte do povo, que acaba priorizando o candidato que melhor representa seus ideias e detentor de sua simpatia, do que aquele que, teoricamente, seria mais viável de acordo com seus interesses.
O uso do discurso como forma de evocar e manipular os frames da população tornou-se então uma estratégia valiosa na comunicação em massa. Palavras e mensagens corretamente passadas pelo discursante, tocam frames importantes que são essenciais no que tange ao apoio popular. O fato dos frames serem manisfestados de forma inconsciênte, traz à tona uma "guerra" de comunicação entre os partidos, na qual quem souber, de forma mais efetiva, evocar certos frames da população, se logrará vencedor. A repetição também é levada em consideração nos discursos dos candidatos, onde nomes de polítcas referentes ao outro partido são evitadas a qualquer custo, uma vez que, seguindo a lógica dos frames, a repetição, mesmo sendo na forma pejorativa, leva a incorporação da idéia na cabeça do indíviduo. Agora pergunto ao leitor: Você consegue não pensar em um elefante?

Victor Moraes


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