7 de dezembro de 2010
Terrorista da Informação
O vídeo abaixo é uma compilação de declarações sobre Assange feitas por O´Reilly e outros (o vídeo foi editado toscamente mas dá para se ter uma idéia).
Outro ponto relevante é a tentativa de rotular Assange como um terrorista da informação que passa dados sigilosos para o conhecimento público. Ora, se passar informações desconhecidas para o público é um ato terrorista, a grande parte dos jornalistas deveria ser mandada para Guantánamo, na visão dos conservadores. Para estes, a liberdade da informação parece não existir quando o assunto é segurança nacional e terrorismo, e qualquer ação deve ser tomada para evitar alimentar os terroristas com informações classificadas, vide o ato patriota no governo Bush.
Segue o video do “Young Turks” onde a liberdade nos EUA é confrontada com os recentes vazamentos.
Conservadores X Soccer
Neste ano, a Copa do Mundo de futebol realizada na África do Sul despertou na ala conservadora norte-america um sentimento profundo de desprezo ao esporte e o “soccer fever” vivido naquele período. Glenn Beck, famoso comentarista da Fox News chegou ao ponto de comparar o futebol com as políticas reformistas de Obama.Veja vídeo abaixo.
“O mundo gosta das políticas de Barack Obama e o mundo gosta da Copa do Mundo, mas nós não”. É com esse pensamento direto ao ponto que os conservadores frisam uma barreira, um “frame” que polariza a verdadeira cultura americana, principalmente no âmbito esportivo com a cultura vivida pelo restante da população mundial. Deste jeito, Beck faz um contra ponto entre os tradicionais esportes norte-americanos como o baseball e o futebol americano, praticados há décadas pela grande maioria da população, e o “soccer”, praticado em sua grande maioria pelas mulheres, crianças e filhos de imigrantes. O debate foi tão levado para o âmbito político no momento que o analista conservador Dan Gainor, afirmou que a esquerda estava obrigando as escolas a darem aulas de “soccer” pois a America está de “amarronzando”.
Abaixo segue o vídeo “Top Ten” do programa de David Letterman dizendo os motivos porque os norte-americanos não gostam de futebol. É uma crítica bem humorada em cima dos tradicionais esportes norte-americanos e à visão de que o futebol é um esporte de estrangeiros.
6 de dezembro de 2010
Noam Chomsky: rational = boring
Borat - they dind´t get the joke
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Borat - o filme original conta a história de um suposto repórter do país |
Cidade Moderna
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Rakishev não viu graça no filme original |
Com um humor ao mesmo tempo escrachado e ingênuo, o personagem de Sacha consegue arrancar das pessoas suas características menos louváveis. "Sem querer", Borat descortina as 'barbaridades' não do Cazaquistão, mas dos Estados Unidos. Isto porque, como vimos anteriormente, é justamente em situações "impensadas" que deixamos transparecer nossos frames. E é através de situações provocativas que vemos no filmes muitas metáforas do povo americano.
Não me estenderei listando tudo o que pude encontrar no filme, porque creio que isto foi feito em aula. Em todo caso, vou citar duas passagens do filme que mais me chamaram a atenção:
- Qual a melhor arma para matar um judeu? Diante desta pergunta, o vendedor de armas sulista nem sequer titubeia. Oferece uma bela de uma arma sem nem se surpreender com a pergunta... Até tenho medo de pensar em uma metáfora.
- A distância Nova Iorquina: a metáfora 'perto=bom' não se aplica em Nova Iorque, muito menos após o 11/09. Neste contexto 'paranóico', 'perto=perigo'.
Three Thousand Miles

O Brasil na Wikileaks – Quem cresce, aparece.
Eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico
Tem vista pro mar
A Amazônia
É o jardim do quintal
E o dólar deles
Paga o nosso mingau...)
O novo imigrante
Pela primeira vez o número de imigrantes ilegais ultrapassou o número de imigrantes legais nos Estados Unidos. Esse dado abrevia a reflexão acerca do novo papel que os imigrantes têm na sociedade norte-americana. A imigração nos EUA, que antes no imaginário popular estava envolta de mitos que chegavam a ser pueris, se cercará de medos e incertezas.
http://http://www.youtube.com/watch?v=ePb-XqQazfM
A imigração teve um papel fundamental na construção dos Estados Unidos. É por meio da figura do imigrante, aquele que vai buscar em uma nova terra progresso e pertencimento (já que foi a intolerância religiosa que trouxe os colonos para os Estados Unidos), que a nação americana irá se formar. E muito dos frames mais conhecidos partirão da figura do imigrante.
Os Estados Unidos, durante décadas esteve entre os países que mais receberam imigrantes. Mas nos anos 2000, especificamente a partir de 11 de Setembro os estrangeiros personificarão o frame de Terror; primeiro, por meio da figura do individuo do Oriente Médio, depois por meio da figura do estrangeiro. Será contra eles que muitos cidadãos norte-americanos e seus representantes se voltarão contra a fim de aliviar as tensões que os ataques trouxeram.
A criminalização da migração nos EUA criou uma massa de fora-da-lei, e se reflete na cotidianidade dos imigrantes. Imigrar tornou-se uma questão de segurança nacional, onde os imigrantes ilegais se tornarão criminosos, passiveis de punições graves. Isso setornou tão real que os imigrantes ilegais deixarão de reportar a polícia local crimes que ocorrem contra eles, com medo de deportação. Essa tensão pode aumentar a violência dentro das comunidade imigrantes pois o medo de deportação pode dar a alguns individuos um passe livre para coagir ou agredir imigrantes ilegais.
Imigração se tornará um frame para insegurança nacional, pois todos aqueles que não compartilham a maior parte das práticas sociais norte-americana personificarão um novo frame, o de desconhecido, o de indesejado. A nova lei de imigração do Arizona explicita bem como esse novo frame foi incorporado por muitos grupos da sociedade norte-americana.
Surpreendentemente o governo Obama que criticou a nova lei, visando seus eleitores latinos, continuará com as políticas migratórias do governo antecessor. Diversas ações em fazendas e fábricas foram realizadas ao longo do ano a fim de punir empregadores que tivessem entre seus funcionários imigrantes ilegais. Isso nos indica que esse é de fato o novo papel do imigrante na sociedade norte-americana.